O desejo de sair da urbanização tradicional e criar a possibilidade de um centro de convívio com todas as técnicas sustentáveis, neste momento de fragilidade da cidade de Blumenau, será a oportunidade renovadora de criar o novo bairro: células sustentáveis.
O novo desenho urbano terá dimensões controladas, infra‐estrutura de mínimo impacto ambiental, grandes cinturões verdes repletos de árvores frutíferas, zonas agrícolas em meio às casas, drenagem natural da superfície, orientação solar, uma rede de caminhos para pedestres e ciclovias interligadas na rede da cidade.
A idéia é proporcionar um conjunto de princípios e tecnologias sustentáveis com maior conservação de energia, coleta seletiva de lixo, aproveitamento da compostagem para hortas e pomares, reaproveitamento da água da chuva através dos canais de infiltração, gestão de resíduos sólidos, produção de alimentos no local e o principal: criar o bem-estar entre as pessoas.
Assim, o planejamento do novo bairro deverá ser feito fora das áreas atingidas pelos desmoronamentos, respeitando a geografia e topografia locais, que deverão ser elaborados em conjunto com o planejamento das residências e outros usos, como comércio e empresas de pequeno porte.
As residências são imaginadas como núcleos das células sustentáveis, que constituem o emprego de materiais sustentáveis, a adoção de princípios bioclimáticos, o tratamento de eflentes água cinza e negra com plantas, a habitabilidade adequada, a autoconstrução por meio de tecnologias apropriadas, os espaços para atividades geradoras de renda, as possibilidades para futuras ampliações e o remanejamento de espaços.
Desenvolveremos a edificação-tipo para ser implantada em conjunto com a infra‐estrutura do bairro, cuja meta é oferecer uma casa que resgate a dignidade do ser humano: que seja funcional, confortável, com avanços significativos de sustentabilidade, de baixo custo e bonita.
A construção sustentável deve reproduzir as características originais do meio ambiente natural que são:
• Planejamento sustentável da obra
• Aproveitamento passivo dos recursos naturais
• Eficiência energética
• Gestão dos resíduos na edificação
• Qualidade do ar e do ambiente interior
• Conforto térmico‐acústico
• Uso racional de materiais
• Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
Conceito e projeto de Marcelo Rosenbaum e Henrique Pinheiro
imagens de Marcelo Rosenbaum – dezembro/2008